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Dor Pélvica Crônica em Mulheres: Uma Análise Multifatorial




A dor pélvica crônica (DPC) é uma condição complexa que afeta significativamente a qualidade de vida das mulheres. Suas origens são diversas, envolvendo causas ginecológicas, urológicas, gastrointestinais, músculo-esqueléticas e neurológicas. Este texto aborda essas causas, fundamentado em estudos e literatura médica recente.


1. Causas Ginecológicas:

- Endometriose é uma causa comum de DPC, caracterizada pelo crescimento anormal do tecido endometrial fora do útero. (Bulletti et al., 2010)

- Adenomiose, miomas uterinos e infecções pélvicas crônicas também podem contribuir para a DPC. (Howard et al., 2008)


2. Causas Urológicas:

- Infecções do trato urinário, cistite intersticial e síndrome da bexiga dolorosa são condições urológicas associadas à DPC. (Clemens et al., 2014)

- A presença de pedras nos rins ou nos ureteres pode contribuir para desconforto pélvico crônico. (Curhan et al., 2013)


3. Causas Gastrointestinais:

- Distúrbios intestinais, como síndrome do intestino irritável (SII), doença inflamatória intestinal e diverticulite, podem manifestar-se como DPC. (Drossman, 2016)

- A endometriose também pode afetar o trato gastrointestinal, agravando os sintomas da DPC. (Bianco et al., 2019)


4. Causas Músculo-Esqueléticas:

- Disfunções musculares, como a síndrome dos músculos do assoalho pélvico, podem levar à DPC. (Fitzgerald et al., 2018)

- Lesões ou tensões nos músculos ao redor da pelve podem contribuir para o desconforto persistente.


5. Causas Neurológicas:

- Neuropatias pélvicas, como a neuralgia do pudendo, são associadas à DPC. (Beyaz et al., 2018)

- Lesões nos nervos durante procedimentos cirúrgicos ginecológicos também podem resultar em dor crônica. (Lurie et al., 2016)


Referências Bibliográficas:

- Bulletti, C., Coccia, M. E., & Battistoni, S. (2010). Endometriosis and infertility. Journal of Assisted Reproduction and Genetics, 27(8), 441–447.

- Howard, F. M. (2008). The role of laparoscopy in chronic pelvic pain: promise and pitfalls. Obstetrics and Gynecology Clinics, 35(4), 599–611.

- Clemens, J. Q., & Mullins, C. (2014). Prevalence, Causes, and Impact of Chronic Pelvic Pain: A Population-Based Survey. The Clinical Journal of Pain, 30(5), 429–438.

- Drossman, D. A. (2016). Functional Gastrointestinal Disorders: History, Pathophysiology, Clinical Features, and Rome IV. Gastroenterology, 150(6), 1262–1279.

- Fitzgerald, M. P., et al. (2018). Pelvic muscle strength in women with chronic pelvic pain: A cross-sectional study. American Journal of Obstetrics & Gynecology, 218(2), 221.e1–221.e8.

- Curhan, G. C., et al. (2013). Dietary Factors and the Risk of Incident Kidney Stones in Younger Women: Nurses’ Health Study II. Archives of Internal Medicine, 173(18), 1737–1742.

- Bianco, B., et al. (2019). Gastrointestinal involvement in pelvic endometriosis: Anatomical and symptomatological basis through literature review. BioMed Research International, 2019, 2450912.

- Beyaz, S. G., & Ergenoğlu, A. M. (2018). Pudendal neuralgia. Turkish Journal of Obstetrics and Gynecology, 15(2), 124–129.

- Lurie, S., et al. (2016). Pudendal neuralgia is a cause of chronic anal and pelvic pain: results of a six year cohort study. Surgical Neurology International, 7(Suppl 35), S891–S894.


A abordagem da DPC requer uma avaliação multidisciplinar para identificar a causa subjacente e orientar o tratamento adequado, reconhecendo a interconexão complexa entre os sistemas ginecológico, urológico, gastrointestinais, músculo-esqueléticos e neurológicos.


Dr. Rogério Tadeu Felizi

Médico ginecologista especialista em tratamento de endometriose e miomas uterinos

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