Atualmente, a avaliação cuidadosa permite a determinação dos locais de acometimento das lesões de endometriose, o que possibilita um planejamento terapêutico objetivo e de alta acurácia, evitando eventuais dificuldades cirúrgicas ou mesmo complicações intraoperatórias, quando o tratamento cirúrgico é indicado. Vários métodos de imagem são úteis na avaliação da endometriose pélvica, no entanto, importante lembrar que na presença da endometriose superficial, eles podem ser falhos.
Os principais métodos de imagem utilizados para o diagnóstico da endometriose profunda são: ultrassonografia transretal (USTR), ultrassonografia transvaginal (USTV) e ressonância magnética (RM). A colonoscopia e o enema opaco, isolados, são exames com baixa sensibilidade e, principalmente, baixa especificidade para o diagnóstico da endometriose intestinal, visto que avaliam somente a superfície interna e o calibre da alça. Portanto, a não ser que exista lesão da mucosa, podem somente avaliar sinais indiretos de endometriose. Em 2005, a Sociedade Européia de Reprodução Humana (ESHRE) publicou seu consenso para o diagnóstico e tratamento de endometriose e considerou a USTV e a RM como exames recomendados na suspeita diagnóstica da doença. Atualmente pode-se considerar a USTV (com preparo intestinal) como o exame de primeira linha na avaliação da endometriose profunda devido à sua alta acurácia, menor custo, maior número de equipamentos instalados e à possibilidade de avaliar os demais sítios da doença. Lembrando que, para a sua realização a contento, são necessários profissionais e protocolos especializados.
Em estudo publicado em 2010, comparando o toque vaginal, USTV realizado com preparo intestinal e RM na caracterização das lesões endometrióticas de retossigmóide e retrocervicais, encontramos no USTV uma sensibilidade de 98 e 95 % e especificidade de 100 e 98%, sendo considerado assim, o principal exame para o diagnóstico e planejamento operatório da endometriose.
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